“METZORÁ” – “LEPRA”
estudos biblicos09/abril/2022
LEITURAS BÍBLICAS
Levítico: 14:1- 15:33
2 Reis 7:3-20
Mateus 9:20-26
Levítico: 15:1-3
O SENHOR DISSE A MOISÉS E A ARÃO: “Digam o seguinte aos Israelitas: Quando um homem tiver um fluxo que sai do corpo, o fluxo é impuro. Ele ficará impuro por causa do seu fluxo, quer continue, quer fique retido. (Levítico 15:1-3 – NVI).
A Porção desta semana trata do assunto “lepra”. Existiam sete tipos de doenças de pele que recebiam o nome de lepra.
No seu livro “Reflexões sobre a Torá” – Moshe Grylak comenta o seguinte (págs. 147 e 148:
“…É um sistema cujo modo de vida encontra em seu centro…a lepra, como se fosse um sinal de alerta de grande efeito.”
Explicamos, então, que esta lepra atingia a pele do hebreu dos tempos bíblicos caso ele fosse maledicente. Esta é a conclusão do Talmud diante dos fatos e provas apresentadas pelo trecho bíblico:
“Disse Rabi Iossi: todo aquele maldisser, flagelos o acometerão…’esta será a lei do leproso no dia da sua purificação’(Levítico14:2) – esta será a lei do maledicente.”
Tratado Arachin 15
Nesta mesma oportunidade, apontamos a relação entre os crimes de língua e a lepra que assola o corpo humano, e provamos que, na realidade, aquela lepra nada tem em comum com a doença geralmente chamada por este nome, a Hanseníase. Acrescentamos ainda que uma reação imediata do corpo diante de um pecado, como a aparição da lepra, reagindo à maledicência, só pode ocorrer em uma sociedade pura e superior, com as mais altas qualidades espirituais, que repele por si mesma qualquer desfiguração moral.
Com relação à língua a Bíblia diz:
Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade.
Colocada entre os membros de nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso da vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno.
Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. (Tiago 3:6-8 – NVI).
A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto. (Provérbios 18:21).
Baseados nesses textos acima e em outros mais, chegamos à conclusão de que há coerência na argumentação rabínica ao relacionar naquele contexto bíblico, a lepra com a maledicência.
A calúnia, a mentira e a fofoca tem origem no seio do inferno, são palavras que destroem vítimas, sem dar a elas a condição de defesa.
Quantas desgraças poderíamos relacionar, produzidas por mentiras ou “meias verdades”, que também são mentiras, e que depois de feito o estrago não há mais como remediar…
A maledicência causa destruição, primeiro no maledicente (como diz Tiago em sua epístola, a qual foi incendiada) e depois, destrói o outro, vítima de calúnias e acusações.
O Diabo, nosso Adversário, usa as palavras de acusação que os homens proferem para exercer seu nefasto ministério de acusador.
“… foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. (Apc. 12:10b – NVI).
Enquanto Cristo exerce o ministério da intercessão, o maligno exerce o ministério de acusação.
Sabemos que a autoridade na terra está com o homem e, para se operar no planeta, é preciso ser usado o homem, tanto para o bem como para o mal.
A língua é uma arma poderosa na boca do crente fiel. Toda a batalha é travada usando-se “palavras”, “declarações”, “orações”, “petições”, “decretos” etc.
O comando, o governo, o domínio espiritual, são executados pela palavra.
Tudo foi criado pela Palavra de Deus e nossa identificação com Deus é porque temos, d’Ele mesmo, o dom da palavra.
O inimigo de nossas almas, sabedor dessa verdade, usa os incautos, pessoas feridas por ele mesmo (o Diabo), para incitar o homem contra seu irmão.
Quando o crente não anda no espírito, é facilmente enganado por Satanás e permite em seu coração sentimentos de inveja, ciúmes, desejos de vingança e outras coisas mais, executando seus propósitos começando pela língua.
A pessoa que não é dominada pelo Espírito Santo de Deus é facilmente usada pelo Diabo e se torna um instrumento do mal, cujas sujeiras escorrem de seus lábios, tornando-se assim um impuro que precisa reconhecer seu estado espiritual e se arrepender diante de Deus.
No contexto de Tiago, no capítulo três, o contrário da língua maligna é o amor abençoador.
É interessante que, nos originais, a palavra abençoar significa dizer coisas benditas, coisas boas, daí vem Bendito.
A vigilância para estes dias do fim é principalmente com relação ao que vamos falar e onde falar.
Vejam com atenção este Salmo de Davi:
Seja a minha oração como incenso diante de ti, e o levantar das minhas mãos como a oferta da tarde. Coloca, SENHOR, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios. (Salmos 141:2-3 – NVI).
Fica muito claro nesses versículos o cuidado do salmista com o que iria sair de sua boca.
Às vezes, cometem-se verdadeiros paradoxos, abrindo a boca para bendizer e amaldiçoar ao mesmo tempo.
Mesmo as palavras de valor precisam ser ditas no tempo certo.
Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita há seu tempo. (Provérbios 25:11 – NVI).
Duas passagens bíblicas nos alertam com relação à seriedade das palavras que proferimos e, principalmente, que haveremos de prestar contas a Deus de tudo o que falamos.
Depois, aqueles que temiam ao SENHOR conversavam uns com os outros, e o SENHOR os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam o SENHOR e honravam o seu nome. (Malaquias 3:16 – NVI).
Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados. (Mateus 12:36-37 – NVI).
2 Reis 7:3-20
Havia quatro leprosos junto à porta da cidade. Eles disseram uns aos outros: por que ficar aqui esperando a morte?
Então disseram uns aos outros: Não estamos agindo certo. Este é um dia de boas notícias, e não podemos ficar calados. Se esperarmos até o amanhecer, seremos castigados. Vamos imediatamente contar tudo no palácio do rei. (2 Reis 7:1, 9 NVI).
Um tempo de carestia terrível nos dias de Eliseu, que fez uma profecia de abundância de víveres no dia seguinte.
As primeiras pessoas que viram e vivenciaram o grande milagre do Eterno foram quatro leprosos, que tiveram em suas mãos abundância de víveres e riquezas, mas quando começaram a usufruir, caíram em si mesmos.
Quatro fala da terra (quatro cantos da terra), fala de um número de totalidade.
Toda a humanidade caída, tem diante de si uma grande e extraordinária oportunidade de cura que não foi conquistada pela força de seus braços, mas uma dádiva verdadeiramente divina.
Nós somos estes doentes espirituais, que em tempo de carestia espiritual, fomos agraciados pelo Rei Eterno, Imortal, Invisível, mas Real, que nos alimenta com sua própria carne e nos oferece vida eterna.
A crise dos quatro leprosos era: SE NOS CALARMOS, SEREMOS CASTIGADOS.
Existe a hora certa de se falar e o que falar.
Eles tinham sido agraciados com a vida, pois o texto fala que já estavam prontos a morrer.
Eles têm uma mensagem de BOAS NOTÍCIAS, isso lembra alguma coisa?, sim, as Boas Novas do Evangelho da Graça de Deus.
Palavras certas (por leprosos), a serem ditas na hora certa a todas as pessoas necessitadas.
É preciso saber fazer bom uso da língua (palavra).
Mateus 9:20-26
Nisso uma mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia, chegou por trás dele e tocou a tzitzit do seu manto. Porque ela disse a si mesma: se eu tão somente tocar o manto dele, serei curada. Yeshua virou-se, viu-a e disse: “Coragem, filha! Sua confiança a curou”. E ela foi curada imediatamente. (Mattityahu – Mateus 9:20- 22 – Bíblia Judaica Completa).
Esta é a postura que precisamos ter, reconhecer nossa enfermidade e correr para o Messias, que sempre está pronto para nos socorrer na hora da tribulação.
No grego, a palavra “fé” é pistis, que significa “crença” e “fidelidade”.
Elas caminham juntas, é preciso “crer” e também “agir” com fidelidade.
Os que creem permanecem em fidelidade e não somente receberão o perdão de seus pecados, como também ganharão a vida eterna.
Para os doentes espirituais de hoje (maledicentes, críticos mordazes, caluniadores, fofoqueiros), um alerta: NÃO
PERMANECERÃO NA CONGREGAÇÃO DOS JUSTOS, ficarão “fora do arraial” com suas imundícies. Mas há remédio, aleluia! O Grande Médico divino está pronto a purificar toda a iniquidade.
Mais um final de semana que recebemos do Eterno. Vamos tomar cuidado com nossas palavras e oferecermos a Ele o fruto de nossos lábios, os sacrifícios de louvor.
- Vamos falar palavras de vida eterna.
- Vamos consolar os aflitos e oprimidos.
- Vamos interceder por aqueles que sofrem.
- Vamos chorar com os que choram.
- Vamos sorrir com os que estão alegres.
- Vamos pregar as Boas Notícias do Evangelho.
- VAMOS ADORAR!!!
SHABAT SHALOM
Francisco Nicolau, apóstolo
Pra Márcia Anita Nicolau